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Neste sábado (19), autoridades dos dois países participaram de encontros que, apesar de majoritariamente mediados por diplomatas de Omã, incluíram uma conversa direta entre os envolvidos — um acontecimento incomum, dado o histórico de tensões diplomáticas entre as duas nações.

A capital italiana acolheu a segunda etapa das negociações, com aproximadamente quatro horas de reuniões realizadas dentro da embaixada de Omã. As tratativas contaram com a presença de Abbas Araqchi, chefe da diplomacia iraniana, e Steve Witkoff, representante da administração Trump para assuntos do Oriente Médio. O ministro de Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, serviu como elo de ligação entre as delegações durante a maior parte dos encontros.

Apesar de reticências iniciais demonstradas pelo lado iraniano — que chegou a expressar desconfiança sobre as intenções norte-americanas e defendeu a inclusão da Rússia nas tratativas —, os dois lados chegaram a um entendimento básico para a troca de informações técnicas. O objetivo agora é construir uma base comum para um possível acordo sobre o programa nuclear do Irã.

Em declaração à imprensa local, o governo iraniano afirmou que especialistas dos dois países passarão a colaborar a partir da próxima semana para traçar os pilares técnicos de um esboço de acordo. As reuniões entre os técnicos devem começar na quarta-feira, novamente em Omã, com o objetivo de definir os parâmetros de um possível entendimento.

De acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Omã, ambas as delegações manifestaram disposição em manter o diálogo aberto, buscando um acordo que garanta a inexistência de armamentos nucleares no Irã, a retirada de sanções internacionais e o uso exclusivamente pacífico da energia atômica pelo país persa.

posicionamento das partes

A retomada desse tipo de diálogo ocorre em um momento sensível. Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear firmado em 2015 entre Teerã e potências globais, aumentando a tensão na região e impondo novas sanções ao regime iraniano.

Washington tem reiterado sua intenção de impedir o desenvolvimento de armas nucleares por parte do Irã, enquanto o governo iraniano insiste que suas atividades nucleares têm fins civis. O país do Oriente Médio tem se mostrado disposto a aceitar limitações específicas ao seu programa atômico em troca do fim das restrições econômicas impostas pelo Ocidente.

Após as conversas em Roma, Araqchi descreveu o ambiente das negociações como "positivo e produtivo", destacando que avanços foram feitos em diversos pontos. Ele também confirmou que os negociadores principais devem voltar a se reunir no próximo sábado, em Omã, para revisar o progresso dos especialistas e alinhar as etapas seguintes.

Até o momento, não houve manifestação pública da parte norte-americana após o encontro.

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