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A temporada 2024/2025 da Super League da Malásia teve um protagonista brasileiro: Paulo Josué, jogador natural de Canela, encerrou o campeonato como principal artilheiro e foi reconhecido com o troféu de melhor atacante da competição, entregue pela Anugerah Bola Sepak Kebangsaan (ABK), entidade similar à tradicional Bola de Prata no Brasil.

Vestindo a camisa 28 do Kuala Lumpur City FC, Paulo balançou as redes 17 vezes e chamou atenção tanto dos torcedores quanto da crítica esportiva local. Seu desempenho colocou o clube entre os destaques da temporada e consolidou seu nome entre os maiores talentos do futebol malaio.

O caminho até o topo, no entanto, não foi fácil. A equipe da capital enfrentou um início turbulento, sem contratações ofensivas e passando por reformulações internas. Foi nesse cenário que Paulo, originalmente meia, assumiu o papel de referência no ataque. A mudança de função revelou sua habilidade de adaptação e liderança dentro de campo, características que o tornaram essencial na campanha do time.

Naturalizado, Paulo Josué também passou a figurar frequentemente nas convocações da seleção nacional da Malásia, ampliando ainda mais sua relevância no cenário esportivo do país asiático.

Aos 36 anos, ele mostra que experiência aliada à determinação ainda faz diferença no alto nível do futebol. Com contrato vigente até maio de 2025, Paulo espera manter o ritmo e seguir sendo decisivo dentro das quatro linhas na próxima temporada.

De operário a promessa do futebol: a virada inesperada de Paulo Josué

No ano de 2011, ainda com 21 anos, a rotina de Paulo Josué era bem distante dos gramados profissionais. Ele batia ponto diariamente na linha de produção de uma fábrica de ferramentas em Gramado. Trabalhava duro na metalúrgica e, nas horas vagas, matava a saudade da bola jogando pelo Serrano, um time amador da cidade.

Mas foi numa tarde qualquer, durante um amistoso contra o Juventude que se preparava para a temporada , que tudo mudou. Embora o placar não tenha favorecido seu time, o talento de Paulo brilhou. Em campo, ele foi notado por olheiros do clube caxiense, que não pensaram duas vezes em convidá-lo para avaliações técnicas.

O convite virou um turbilhão na cabeça do jovem de 21 anos. Em poucos dias, ele precisou encarar uma decisão que mudaria completamente o rumo da sua vida: largar o uniforme da fábrica e vestir a camisa de um clube profissional. Com o incentivo da família e o sonho antigo pulsando forte, ele disse sim.

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